Há anos, Samuel era atormentado pelo mesmo sonho, já havia terminado o ensino médio, concluído a faculdade, iniciado inglês, espanhol e árabe, fez curso de dublê, aprendeu a usar o taquígrafo, torceu pelo Flamengo e Corinthians no mesmo ano, tinha perdido um dente num show de rock, já tinha viajado escondido dos pais para conhecer uma mina do bate papo e obviamente perdido a virgindade também com a mesma, sonhou, escreveu cartas de amor, pensou em voltar sem avisa-la mas não foi preciso, levou um fora via MSN, se fudeu, chorou, queria cortar os pulsos e ouvir todos os discos do Fresno e Nx Zero mas, nada disso superava a peripécia que havia cometido com treze anos que hoje podemos dizer que tornou um pesadelo, pois as imagens daquele dia não envelhecem nunca, agora elas voltam em sonhos.
– Samuel! (Toda virada começa com alguém gritando seu nome)
Desceu, não levou nada além da roupa e sua identidade, para onde ia não precisava de mais que isso.
– To pronto, vambora.
Quando chegaram, sem muitas surpresas, a velha cachoeira de sempre, não importa a época, a merda da placa nunca foi corrigida, era “caxuera” e o preço a “2 rel”, a globalização tornou nossa vida um inferno, as conversas de MSN assassinaram a gramática,.
Ah, o sonho, tinha esquecido, mas Samuel não. Tudo aconteceu quando ele foi à locadora, queria alugar um filme diferente, de aventura, ação, ficção cientifica, topava até desenho mas tinha que ter porrada. A loja estava sem movimento, Samuel correu, chegou esbaforido, sentiu sede.
– Posso tomar água ¿
– No final do corredor, a porta à esquerda.
A locadora não era muito grande mas Samuel sabia na porta à direito era onde estavam os filmes de sacanagem, não hesitou, entrou sem acender a luz, decidiu que no tato pegaria qualquer filme, colocou por baixo da camisa, não alugou nada para não levantar suspeitas, típico de quem tem treze anos.
Esperou o momento certo, a hora que a mãe dormia vendo a novela do “Vale a pena ver de novo” foi até o quarto da irmã onde havia um vídeo cassete e assistiu, achou estranho a capa não ter fotos, seguiu em frente com o plano.
Após os créditos iniciais, não foi possível interromper, era um filme de terror, em que uma mulher usava sua genitália para matar os homens que a desejavam, todos os homens perdiam seu falo e assim se matavam, a vida no filme não era fácil pra ninguém. As cenas foram tão marcantes que durante sua puberdade Samuel não dedicou nenhuma para as meninas que conheceu, somente as famosas, o que ajudou a frustrar-se quando teve sua primeira vez.
No filme apenas o último rapaz foi salvo, aquele que gritou seu nome e assim se encerrava esta obra de arte, isso fez que Samuel nunca tivesse esquecido aquela história, sexo tinha virado carma na vida de Samuel.
– Como é que é, vai pular ou não¿ Eu to filmando.
– Preciso de concentração. Respondeu Samuel
– Dá um grito de coragem
Samuel pensou em todos aqueles anos que passaram, nunca havia tido coragem de contar a história do filme que assistiu aos treze anos, pensou que nunca tinha feito nada para se livrar daquele pesadelo, lembrou-se das palavras do único homem que se salvou no filme.
– PERERECA MONSTRÃO!
Caiu na água, e no fundo deixou seu pesadelo de vez.
HUAHUAHUAHUAUHAHUAHUA
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Hey Maroca que isso de andar de tanga de tarzan agarrado a Liana. ahahah
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kkkkkkkkkkkkkkkkk. Tu é foda!
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